domingo, 1 de abril de 2012

Do Pó


E dou mais um passo, no abismo empoeirado à beira de lugar algum. Meu viver sem rumo sem sentido nenhum. Minha vida, meu sentir, meu passo pós passo, caminhando para recondidos do qual eu nem sequer quero conhecer...Quero sumir dessa cidade, quero que nem sequer eu seja lembrado, quer que minhas lembranças sumam, de mim e do mundo. Vou me por a abrir as asas, vou gritar até que eu ecoe dentro dos corações platônicos, até que eu arrebente os pontos das feridas, até que eu os encha da alegria mais explosiva, da dor mais doentia e alegre, da fúria mais coerente e repleta de compaixão. Até que o sofrimento e o amor se separem, até que eu voe, tão belo e incomodo, como cada grão de poeira perante a um raio de sol à janela...Vou me libertar, vou me esvaziar, vou sair do pó ao qual eu me acostumei...vou me incinerar...vou me ver morrer e recomeçar. Vou seguir a mim mesmo para baixo.


Por Eduardo

Nenhum comentário:

Postar um comentário